Policial da Core morto a tiros é sepultado sob comoção no Rio

Juíza Tula de Mello, esposa da vítima, seguia em outro carro, que foi atingido por disparos. Investigações apontam roubo seguido de morte como principal hipótese.

Por Plox

01/04/2025 16h28 - Atualizado há 13 dias

O corpo do policial civil João Pedro Marquini, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi sepultado na manhã desta terça-feira (1º) no Cemitério Jardim da Saudade, localizado em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.


Imagem Foto: Redes Sociais


Durante a despedida, marcada por forte comoção, estiveram presentes a juíza Tula de Mello, esposa da vítima, e os três filhos do agente. A família chegou ao local pouco antes das 8h e foi recebida por colegas e amigos de Marquini, que prestaram solidariedade. Tula, visivelmente abalada, cumprimentou pessoalmente os policiais da Core e os amigos de profissão do marido.



O velório reuniu dezenas de agentes, tanto uniformizados quanto à paisana. Entre eles, estava o coordenador da Core, Fabrício Oliveira, que destacou o desempenho exemplar de Marquini na corporação. Segundo Fabrício, o policial se preparava para ingressar em um curso de atirador de precisão oferecido pelo Bope, reforçando seu comprometimento com a carreira.



A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) aponta para a hipótese de latrocínio — roubo seguido de morte — como principal linha. Na noite do crime, ocorrido no domingo (30), Marquini havia saído com a esposa até a casa da mãe, em Campo Grande, onde buscou seu veículo recém-consertado. A juíza seguiu logo atrás, em seu próprio carro.


Na altura da Serra da Grota Funda, em Vargem Grande, criminosos teriam bloqueado a via. Marquini conduzia o carro à frente da esposa e, ao perceber a abordagem, conseguiu ligar para um amigo e deixar o celular no viva voz. Tula tentou dar ré, mas os bandidos iniciaram os disparos.


O policial desceu do veículo armado, porém, não chegou a reagir e foi atingido por cinco tiros de fuzil antes de qualquer ação.
“Ele não teve tempo de reagir, os disparos foram imediatos”, relatou um agente próximo à investigação.

Já o carro da juíza, mesmo atingido por três tiros, é blindado, e ela saiu ilesa.


Os peritos localizaram cápsulas de fuzil calibre 556 na cena do crime. Após o ataque, os suspeitos fugiram para a comunidade César Maia, em Vargem Pequena, área dominada pelo Comando Vermelho há mais de um ano. Em seguida, equipes da Core realizaram uma operação na região e localizaram o carro que teria sido utilizado pelos criminosos. O veículo apresentava perfurações de tiros vindos de fora para dentro e o para-brisa traseiro destruído.



Informações preliminares indicam que esse mesmo automóvel pode ter sido empregado em outra ação criminosa no Cesarão, em Santa Cruz, horas antes do ataque a Marquini. Os bandidos também teriam levado uma pistola pertencente ao policial, enquanto outra arma foi encontrada embaixo do banco do carona. O casal teria sido surpreendido por integrantes do “bonde” da comunidade César Maia, supostamente liderado por Rodney Lima de Freitas, conhecido como RD.


Marquini, de 38 anos, dedicava-se à Polícia Civil havia mais de 11 anos. Além de seu trabalho na Core, destacou-se internacionalmente ao participar de um curso da Swat da polícia de Miami. Era casado com Tula de Mello desde fevereiro do ano passado e deixa três filhos.


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