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Economia

Reservatório de Furnas opera com volume abaixo de 50% e entra em Faixa de Atenção

Com vazão reduzida, hidrelétrica mineira passa a seguir restrições definidas pela ANA para o período seco

02/10/2025 às 09:03 por Redação Plox

Com o nível de seu reservatório marcando 41,46% no dia 30 de setembro, a Usina Hidrelétrica de Furnas, localizada no rio Grande, passou a operar, a partir de 1º de outubro, sob a chamada Faixa de Atenção.

Imagem Foto: Divulgação


Essa mudança de status, conforme previsto pela Resolução nº 193/2024 da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), implica diretamente na quantidade de água que pode ser liberada durante o período seco, que vai de maio a novembro. Nesse intervalo, a vazão máxima média permitida para a usina foi limitada a 846 metros cúbicos por segundo (m³/s).


Em setembro, a média mensal da vazão defluente registrada foi de 939 m³/s. A redução da vazão se tornou necessária devido à queda no volume útil do reservatório, provocada por chuvas abaixo da média histórica e pelas exigências do setor elétrico.


A resolução da ANA, que rege o Sistema Hídrico do Rio Grande — do qual fazem parte as hidrelétricas de Furnas, Marimbondo, Água Vermelha e Marechal Mascarenhas de Moraes (Peixoto) —, estabelece três faixas operativas para a usina de Furnas, conforme o volume útil registrado no primeiro dia de cada mês:


Faixa de Operação Normal, quando o nível está igual ou acima de 50%; Faixa de Atenção, entre 20% e 49,99%; e Faixa de Restrição, quando o nível cai abaixo de 20%.


Essas faixas determinam o quanto de água pode ser liberada, respeitando a sazonalidade climática: período seco (maio a novembro) e período úmido (dezembro a abril). Caso o volume útil continue abaixo de 50% em dezembro, a vazão máxima média mensal poderá cair ainda mais, chegando a apenas 500 m³/s. As regras buscam garantir a conservação dos recursos hídricos e a segurança para seus múltiplos usos”, conforme detalhado pela ANA.


Inaugurada em 1963, a UHE Furnas possui uma potência instalada de 1.216 megawatts (MW) e está situada entre os municípios mineiros de São José da Barra e São João Batista do Glória. Seu reservatório, o maior da bacia do rio Grande, tem capacidade total de 22,95 trilhões de litros, dos quais 17,217 trilhões são de volume útil. A área alagada chega a 1.440 km², comparável à extensão territorial da cidade de São Paulo.


A bacia do rio Grande, por sua vez, abrange mais de 143 mil km² e se encontra na Região Hidrográfica do Paraná. Cerca de 60,2% dessa área está em Minas Gerais e os outros 39,8% em São Paulo. A região, que reúne cerca de 9 milhões de habitantes em 393 municípios, apresenta trechos de Cerrado e Mata Atlântica, além de ser um polo energético, agrícola e industrial estratégico para o país.


O rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, no município de Bocaina de Minas, a 1.980 metros de altitude. Ele deságua no rio Paraná ao encontrar o Paranaíba, na divisa entre Santa Clara do Oeste (SP) e Carneirinho (MG). Com infraestrutura voltada à geração de energia, a bacia também abriga áreas de piscicultura, agroindústrias e centros urbanos expressivos como Uberaba e Ribeirão Preto.


Se fosse considerada uma unidade da Federação, a bacia do rio Grande estaria entre as cinco mais relevantes do Brasil, tanto em disponibilidade hídrica quanto em capacidade de geração elétrica.

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