Após dois afastamentos seguidos, cidade mineira escolhe novo prefeito neste domingo

Neste domingo (6), os moradores de Guapé, no Sul de Minas, voltarão às urnas em meio a uma sequência de turbulências políticas. O município é o primeiro do estado a realizar uma eleição suplementar após o pleito de 2024.

Foto:  Antonio Augusto/TSE

A decisão de convocar nova votação se deu após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferir, de forma unânime, o registro de candidatura de Thiago Sávio Câmara (PSDB), que havia sido o mais votado no último pleito. Ele conquistou 40,23% dos votos válidos, mas disputou a eleição com a candidatura já indeferida com recurso.

O histórico de Thiago contribuiu para sua inelegibilidade. Em 2019, ele teve seu mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar e fraude, além de ser investigado por injúria racial contra uma colega de Câmara. Apesar de recorrer três vezes, não obteve sucesso na Justiça Eleitoral.

Antes da candidatura de Thiago, Guapé já vivia um cenário complicado. Nelson Lara, então prefeito e filiado ao PCdoB, foi preso preventivamente durante a Operação Trem da Alegria, ainda no final de seu quarto mandato. Com isso, o vice-prefeito Evandro Antônio de Oliveira (PSD) assumiu interinamente a administração municipal.

A operação investiga desvio de recursos públicos e crimes como peculato e formação de organização criminosa. Nelson Lara e outros dois réus estavam presos desde fevereiro de 2023, com nova ordem de prisão emitida em abril. Nesta semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares.

Diante da ausência de um prefeito eleito, o vereador Randerson Ribeiro (PL), presidente da Câmara Municipal, permanece como prefeito interino até a escolha do novo gestor nas urnas.

Na disputa estão três chapas: Luiz Fernando Oliveira, o Luiz Fernando Enfermeiro (PP), e Clezio Sebastião da Silva, o Tião (PP); Pedro Luís Simões, o Dr. Pedro (PL), com Antônio Divino da Cunha, o Nenzão do Santo Antônio (PSDB); e Rayza Bezerra Aguiar Câmara, a Rayza Câmara (Republicanos), ao lado de Celso Oliveira Freitas, o Celsinho Freitas (Republicanos).

A eleição promete encerrar um ciclo de instabilidade que marcou os últimos anos da política em Guapé.