O Governo Federal oficializou nesta sexta-feira (3) as diretrizes do programa Gás do Povo, que vai garantir botijões de gás gratuitos para milhões de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade. A medida deve contemplar cerca de 15,5 milhões de lares, alcançando aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o território nacional.

Foto: Presidência

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social informou que o auxílio poderá ser somado a outros benefícios, como o Bolsa Família. O cronograma prevê que os primeiros botijões poderão ser retirados a partir da segunda quinzena de novembro, com expansão total do programa até março de 2026.

Terão direito ao benefício as famílias cadastradas no CadÚnico com renda mensal de até meio salário mínimo, hoje equivalente a R$ 759. A prioridade será dada a quem já recebe o Bolsa Família e possui renda per capita de até R$ 218. O cadastro precisa estar atualizado dentro de um prazo máximo de 24 meses para validação.

Para definir a quantidade de botijões, o programa levou em conta o tamanho dos núcleos familiares. Quem vive em residências com duas ou três pessoas poderá retirar quatro botijões por ano, enquanto famílias com quatro ou mais integrantes terão direito a seis botijões anuais. O benefício não acumula: se o voucher não for usado no período válido, não será transferido para o ciclo seguinte.

A validade de cada voucher também foi estabelecida. Para famílias menores (duas ou três pessoas), o prazo será de três meses. Já para núcleos familiares maiores (quatro ou mais integrantes), a validade será de dois meses.

A retirada deverá ser feita em revendedoras de gás credenciadas, onde o responsável pelo cadastro precisará apresentar documento comprobatório, como o cartão do Bolsa Família ou um cartão da Caixa Econômica Federal vinculado ao programa. Para facilitar, os locais participantes terão identidade visual padronizada em suas instalações, veículos e botijões. Os pontos de venda também poderão ser consultados pelo aplicativo oficial do Gás do Povo.

O governo prevê a distribuição de 65 milhões de botijões por ano, com investimento inicial de R$ 3,57 bilhões em 2025 e crescimento estimado para R$ 5,1 bilhões em 2026.

De acordo com sindicatos ligados ao setor, a expectativa é que a iniciativa reduza em até 35% o uso de lenha nas residências brasileiras, ampliando em três vezes o alcance do antigo Auxílio Gás, que tinha cobertura menor.