China impõe novas tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA em retaliação a Trump
O governo chinês aplica taxas entre 10% e 15% a exportações norte-americanas, impactando bilhões de dólares em comércio.
Por Plox
04/03/2025 12h55 - Atualizado há 3 meses
A escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo ganhou um novo capítulo com o anúncio de Pequim de que irá impor tarifas adicionais de 10% a 15% sobre diversos produtos agrícolas dos Estados Unidos. A medida é uma resposta direta às novas taxas impostas pelo governo de Donald Trump, aumentando a tensão entre os países e ampliando as incertezas no mercado global.

Entre os produtos norte-americanos afetados estão a carne bovina, carne suína, soja, milho, trigo, laticínios e produtos aquáticos. De acordo com o governo chinês, frango, trigo, milho e algodão sofrerão uma taxação de 15%, enquanto soja, sorgo e outros produtos terão uma taxa extra de 10%. O impacto estimado é de cerca de US$ 21 bilhões em exportações agrícolas dos EUA.
O governo de Pequim justificou as novas sanções comerciais alegando \"motivos de segurança nacional\" e ainda anunciou restrições a 25 empresas norte-americanas. Além disso, a China também reforçou suas investigações sobre alguns produtores de fibra óptica dos EUA, acusando-os de práticas de dumping, e suspendeu as licenças de importação de três grandes exportadores do país.
A decisão chinesa ocorre em meio à crescente tensão provocada pela política tarifária dos Estados Unidos. Trump já havia determinado um aumento das taxas sobre produtos chineses, atingindo uma tarifa acumulada de 20% sobre muitas importações. Essa estratégia também se refletiu em ações semelhantes contra parceiros comerciais próximos, como México e Canadá. Desde esta terça-feira (4), importações desses países passaram a ser taxadas em 25%, com destaque para os produtos energéticos canadenses, que sofreram uma alíquota de 10%.
A repercussão global foi imediata. Mercados financeiros registraram quedas, principalmente no setor de montadoras e tecnologia. Na Ásia, as bolsas seguiram o impacto negativo de Wall Street. O dólar canadense, o peso mexicano e até mesmo o bitcoin viram desvalorização diante das incertezas geradas pela política comercial norte-americana.
Nos bastidores, analistas indicam que Pequim ainda busca uma solução negociada. As tarifas impostas pela China foram mantidas abaixo de 20%, o que sugere uma margem para diálogo antes que a guerra comercial atinja níveis mais severos. Ainda assim, há quem veja esse cenário como o início de uma \"Guerra Comercial 2.0\".
A Comissão Europeia também se manifestou, lamentando as decisões do governo dos EUA, alertando que tais medidas podem abalar o comércio global e gerar instabilidades desnecessárias. Enquanto isso, a expectativa dos mercados segue em torno dos próximos passos tanto de Trump quanto do presidente chinês, Xi Jinping, na tentativa de evitar um impasse ainda maior.