'Camundongo-lanoso': Cientistas Criam Rato Geneticamente Modificado com Pelos de Mamute

Empresa de biotecnologia anuncia avanço na tentativa de trazer de volta características dos mamutes-lanosos, extintos há milhares de anos.

Por Plox

05/03/2025 14h22 - Atualizado há 3 meses

Uma empresa de biotecnologia anunciou um avanço na tentativa de recriar características dos mamutes-lanosos, espécie extinta há cerca de quatro mil anos. A Colossal Biosciences, que arrecada bilhões de dólares para trazer de volta animais extintos, revelou ter desenvolvido camundongos geneticamente modificados com pelos longos e ondulados, semelhantes aos dos mamutes.


Imagem Foto: teste


O experimento faz parte de um projeto maior que busca, no futuro, reintroduzir versões modificadas do mamute-lanoso em ecossistemas do Ártico. A justificativa científica por trás da iniciativa é que esses animais poderiam ajudar a reduzir a liberação de dióxido de carbono na atmosfera, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.


Para chegar a esse resultado, os pesquisadores compararam genomas de mamutes recuperados de fósseis e de seus parentes vivos, como o elefante-asiático. Com base nessas análises, identificaram dez variantes genéticas ligadas ao crescimento, espessura, textura e cor dos pelos, além do metabolismo da gordura corporal.


Entre os genes modificados está o FGF5, responsável pelo ciclo de crescimento dos fios, o que resultou na pelagem longa e desgrenhada nos camundongos. Além disso, outras três alterações genéticas foram feitas para reproduzir a estrutura do folículo capilar do mamute. Os resultados mostraram que os camundongos desenvolvidos no experimento apresentaram pelos dourados e lanosos, além de um metabolismo lipídico mais acelerado, similar ao da espécie extinta.


Apesar do avanço, especialistas em sequenciamento genético alertam que o estudo ainda precisa passar por revisão de pares antes de ser considerado um marco real na recriação do mamute-lanoso. Além disso, cientistas questionam se a técnica utilizada realmente pode ser considerada um passo concreto para a ressurreição da espécie.


A Colossal Biosciences, no entanto, mantém seu compromisso e afirma que pretende introduzir os primeiros bezerros de mamute-lanoso já em 2028. A empresa, fundada em 2021, acredita que esses animais podem restaurar o equilíbrio ambiental das regiões árticas, onde, há milhares de anos, os mamutes desempenhavam um papel essencial na manutenção da vegetação. Com essa promessa, a empresa já levantou bilhões de dólares e, atualmente, é avaliada em cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 58 bilhões).


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