Golpistas criam sites falsos do Enem e causam prejuízo de R$ 3 milhões

Durante o período oficial de inscrições do Enem 2024, entre os dias 27 de maio e 14 de junho, um golpe articulado na internet fez com que cerca de 35 mil estudantes fossem enganados. Os criminosos criaram sites que simulavam o ambiente do portal oficial do Inep, levando os candidatos a acreditarem que estavam realizando corretamente a inscrição no exame.

Foto: Agência Brasil

Os golpistas utilizaram plataformas digitais e publicidade paga nas redes sociais para promover essas páginas falsas. Além disso, fizeram uso indevido de elementos visuais e sinais públicos do governo federal, como os logotipos do Ministério da Educação (MEC) e do Inep, dando ainda mais veracidade à fraude. A aparência das páginas era tão convincente que as vítimas acreditavam estar no site real de inscrição.

A armadilha consistia em direcionar os estudantes para realizar o pagamento da taxa via Pix. Porém, os valores eram encaminhados para uma conta corrente de uma fintech em nome de uma empresa privada não autorizada a receber inscrições. Essa empresa, cujo nome não foi divulgado, não tinha qualquer vínculo com o Inep, responsável exclusivo pela gestão dos pagamentos do exame.

A Polícia Federal identificou que o montante total arrecadado com o golpe chegou a R$ 3 milhões. Um dos investigados, inclusive, possui um histórico com pelo menos 15 anotações criminais por estelionato. As autoridades encontraram diversos relatos semelhantes na internet, de candidatos que notaram cobranças indevidas e desconfiaram da autenticidade do processo.

\"Eles usaram o nome do Inep e o brasão da República para dar credibilidade à fraude\", explicou um agente da PF envolvido na operação.

Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Federal deflagrou uma operação para combater o esquema criminoso. A ação é parte do esforço para desmantelar o grupo envolvido nas fraudes, responsabilizar os envolvidos e evitar novos prejuízos a estudantes em todo o país.