Parque Nacional Cavernas do Peruaçu atrai pesquisadores e turistas
Reconhecimento pela Unesco e novas descobertas arqueológicas impulsionam interesse no Vale do Peruaçu, Norte de Minas.
Por Plox
12/03/2024 11h23 - Atualizado há 8 meses
O Vale do Peruaçu, localizado na bacia do rio São Francisco, no Norte de Minas Gerais, está em evidência após a recente aprovação da sua candidatura à Lista de Patrimônio Mundial Natural pela Unesco, em 1º de março. A expectativa é que o resultado, previsto para 2025, traga visibilidade e investimentos internacionais ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, que já recebeu mais de 10 mil visitantes no último ano. O parque, gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em cooperação com o Instituto Ekos Brasil, é um tesouro de biodiversidade e sítios arqueológicos preservados, incluindo as notáveis grutas do Janelão e suas pinturas rupestres com cerca de 12 mil anos.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tem papel fundamental na pesquisa científica da região, destacando-se a professora de arqueologia e antropologia Maria Jacqueline Rodet, junto à arqueóloga Daniela Klökler e à botânica Rúbia Fonseca, recentemente contempladas pelo projeto Ciências por Elas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) com R$ 300 mil. A verba será aplicada nas escavações do sítio Lapa da Hora, planejadas para começar em julho, além da continuação dos trabalhos no Abrigo do Malhador, iniciados em 2021, que já revelaram restos de alimentos, produção de pigmentos e sepultamentos, enriquecendo o entendimento sobre as comunidades que habitaram a região.
Visitação e Preservação
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é conhecido por sua estrutura favorável à visitação, com trilhas, mirantes e passarelas que preservam o sítio enquanto guiam os visitantes. A área acessível ao público se limita ao cânion do rio Peruaçu, onde se destacam as grandes cavernas e abrigos. As visitas são guiadas e necessitam de agendamento prévio, com preços variando de R$ 250 a R$ 1.000, dependendo do roteiro escolhido.
Contribuições Científicas e Comunitárias
A pesquisa no Vale do Peruaçu não se limita às descobertas arqueológicas. A UFMG também promove a integração com a comunidade local, formando guias para visitação do parque e envolvendo a população nas escavações. Uma parceria com o curso de design de moda da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) deu origem ao Armazém do Vale, uma loja comunitária que vende produtos artesanais relacionados ao parque.
O parque fica na comunidade do Fabião I, às margens da BR–135, KM 155, aberto de terça-feira a domingo, das 8h às 18h, com entrada gratuita. A contratação de um condutor é essencial para acessar os atrativos, que podem ser agendados pelo e-mail cavernas.peruacu@icmbio.gov.br. A riqueza cultural e natural do Vale do Peruaçu, juntamente com o impulso da candidatura à Lista de Patrimônio Mundial Natural da Unesco, fazem deste um momento auspicioso para (re)descobrir essa joia do Norte de Minas