Tragédia familiar e polêmica médica após morte por balão gástrico

Denúncias e defesas surgem após procedimento fatal

Por Plox

12/05/2024 23h05 - Atualizado há 5 meses

A morte de Laura Fernandes Costa, 31 anos, gerou uma onda de indignação e denúncias contra o gastroenterologista que realizou a colocação de um balão intragástrico, pretendendo que ela perdesse 8 kg para seu casamento em setembro. O fato ocorreu em Nova Lima, perto de Belo Horizonte. A família afirma que o procedimento não era indicado para Laura, que tinha um Índice de Massa Corporal (IMC) de 26,3, considerado na faixa de sobrepeso, mas abaixo do usualmente recomendado para tal intervenção.

No dia 7 de maio, complicações sérias resultaram na morte de Laura, após uma perfuração gástrica e outras complicações severas. Seus parentes registraram um Boletim de Ocorrência contra o médico, que nega falhas e se defende alegando que todas as normas foram seguidas.

Foto: ARQUIVO PESSOAL / DIVULGAÇÃO

Controvérsia médica A colocação do dispositivo ocorreu no dia 26 de abril, e apesar de relatos de mal-estar e sintomas graves por parte de Laura, o médico e sua equipe teriam se recusado inicialmente a retirar o balão, tratando os sintomas como normais. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed-MG) indica o uso do balão para IMCs superiores a 25 em casos de ganho de peso progressivo e falha em outros tratamentos, condições que a família contesta no caso de Laura.

Após a tragédia, o médico enfatizou, através de uma nota, que o procedimento ocorreu sem intercorrências, e que o balão foi retirado a pedido da paciente em 2 de maio, também sem problemas. Ele alega falta de retorno da paciente para acompanhamento programado.

 

Esclarecimento sobre o balão gástrico Luiz Alberti, coordenador da comissão científica da Sobed-MG, explica que o balão intragástrico é utilizado para reduzir o volume disponível no estômago, promovendo saciedade e sendo uma opção segura para a perda de peso. Porém, reconhece que, como qualquer procedimento invasivo, apresenta riscos, incluindo a rara perfuração gástrica.

Enquanto a família de Laura busca justiça, o caso levanta discussões importantes sobre as indicações e segurança de procedimentos médicos destinados à perda de peso.

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