
Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão por tentativa de golpe, diz PGR
Processo contra ex-presidente entra na fase final com alegações finais e julgamento no STF se aproxima
As recentes declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, causaram reações nos bastidores da Justiça brasileira. Embora essa medida não deva alterar de forma significativa o andamento do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), pode aumentar a pressão sobre o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro.
Ministros do STF, assessores e advogados próximos aos processos veem com preocupação as declarações e posturas adotadas por Eduardo, que atualmente reside nos Estados Unidos. Ele é investigado por possíveis crimes de coação, obstrução de investigações e tentativa de abolir violentamente o Estado democrático de Direito. A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de seu chefe Paulo Gonet, aponta que o parlamentar pode ter se articulado com autoridades estrangeiras para atacar membros da Suprema Corte, da PGR e da Polícia Federal.
O inquérito foi prorrogado por mais 60 dias na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, justamente para permitir o aprofundamento das investigações. A publicação de Eduardo sobre a tarifa de Trump e sua atuação nos bastidores norte-americanos reforçam, segundo pessoas próximas ao caso, o entendimento de que ele tenta interferir em processos envolvendo o pai e ainda atua contra instituições brasileiras.
Trump justificou a sobretaxa como uma resposta ao que chamou de “caça às bruxas” a Bolsonaro, ecoando declarações semelhantes de Eduardo. O republicano também criticou medidas de moderação de conteúdo digital que, segundo ele, violam direitos humanos. As falas se alinham ao discurso que Eduardo Bolsonaro tem defendido junto a integrantes do governo norte-americano, acusando o ministro Alexandre de Moraes de censura e abuso de poder.
No mesmo dia do anúncio da tarifa, Eduardo e o ex-apresentador Paulo Figueiredo – que também é réu no caso da trama golpista – divulgaram uma carta conjunta em que pedem que as autoridades brasileiras “evitem escalar” o conflito com os EUA, alertando para o risco da entrada em vigor das tarifas a partir de 1º de agosto. O texto afirma que a postura de Trump seria reflexo direto da atuação do grupo, que vinha, segundo eles, mantendo diálogo contínuo com o governo norte-americano.
\"A carta do presidente dos Estados Unidos apenas confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade\"
Na última sexta-feira (11), Eduardo foi além: em uma publicação na rede X, ele relacionou a possibilidade de negociação das tarifas a uma “anistia ampla, geral e irrestrita” – exigência que causou forte reação política. A postagem veio logo após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se reunir com o chefe da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, defendendo a via diplomática para resolver a crise.
Durante depoimento prestado à Polícia Federal, Jair Bolsonaro foi questionado sobre a fonte de renda de Eduardo nos EUA e se o Partido Liberal (PL) estaria financiando suas atividades. Também foram feitas perguntas sobre com quem o filho mantém articulações políticas no país.
No que diz respeito ao processo central que envolve Bolsonaro no STF, a expectativa é que ele seja julgado a partir de setembro pela Primeira Turma da Corte, composta por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Há um esforço interno para concluir o julgamento até o fim do ano, evitando impactos sobre o calendário eleitoral de 2026.
Mesmo com a repercussão internacional, ministros minimizam a influência das declarações de Trump sobre os rumos do caso. Contudo, alguns membros da corte avaliam, reservadamente, que a postura do ex-presidente americano pode gerar o efeito oposto: intensificar a reação do STF. Para um ministro ouvido sob anonimato, a intervenção pode até \"aumentar a antipatia\" contra Bolsonaro.
Após a divulgação da carta de Trump, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, entrou em contato com o presidente Lula. Ambos concordaram que a resposta deve ser política e diplomática. No dia seguinte, Barroso também falou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçando a mesma posição institucional.
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