Eduardo Bolsonaro diz que não voltará ao Brasil e pode perder mandato

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que não pretende retornar ao Brasil ao fim de sua licença parlamentar, que se encerra no próximo domingo, dia 20. O parlamentar, que está nos Estados Unidos desde março, revelou estar disposto a perder o mandato para seguir no país.

Foto: Rede Social

Durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Eduardo declarou: “Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”. A licença não remunerada tirada pelo deputado teve duração de 120 dias e, segundo ele, o objetivo seria se dedicar integralmente à busca de sanções contra violadores de direitos humanos.

“Estarei me sacrificando e sacrificando o mandato para levar adiante a esperança de liberdade”, afirmou. O parlamentar ainda mencionou que está discutindo com sua equipe a situação de seu mandato na Câmara dos Deputados, mas reconheceu que pode ser cassado por excesso de faltas, tal como ocorreu com o ex-deputado Chiquinho Brazão (RJ).

Ao justificar sua permanência nos Estados Unidos, Eduardo alegou que no Brasil seria alvo de medidas coercitivas por parte do Supremo Tribunal Federal, em especial do ministro Alexandre de Moraes. “No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em mim, tirar meu passaporte, me fazer de refém, ficar ameaçando, como ele sempre faz - mandando a Polícia Federal na Casa, abrindo inquérito, inquirindo pessoas ao meu entorno. Então, eu não vou me sujeitar a fazer isso”, disse.

Eduardo Bolsonaro é investigado pela Procuradoria-Geral da República por atuar em favor de sanções dos Estados Unidos contra ministros do STF. Na última quinta-feira (9), após o presidente americano Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, o deputado divulgou um vídeo no qual aconselhou o governo brasileiro a não ampliar o conflito com os EUA, como forma de evitar consequências mais graves.

O impasse sobre sua volta ao Brasil segue sem definição, e sua permanência fora do país pode resultar na perda definitiva de seu mandato parlamentar.