Tarcísio se reúne com empresários e representante dos EUA após tarifa de 50%

Em meio às repercussões do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), promove uma reunião estratégica na manhã desta terça-feira (15), no Palácio dos Bandeirantes.

Foto:

O encontro reúne ao menos 15 empresários paulistas de setores variados e representantes da área econômica do estado. Entre os presentes está Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp e filiado ao mesmo partido de Tarcísio, que teve papel ativo na mobilização do setor privado para participar da discussão.

A pauta central é o impacto direto das novas tarifas americanas sobre as exportações brasileiras, especialmente as oriundas de São Paulo. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, determina uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos exportados do Brasil para os EUA.

A reunião também conta com a presença confirmada de Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos. Em nota, a Embaixada destacou que São Paulo é o estado com maior volume de investimentos americanos no Brasil e reiterou seu compromisso em promover os interesses das empresas dos EUA e fortalecer a cooperação bilateral.

Enquanto isso, em Brasília, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, conduz duas reuniões com o setor privado para traçar a resposta brasileira à política tarifária de Trump.

A postura do governador Tarcísio diante do tarifaço sofreu mudanças ao longo dos últimos dias. Inicialmente, ele adotou um tom crítico ao governo federal, responsabilizando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas consequências da medida, alegando que “a responsabilidade é de quem governa” e acusando Lula de priorizar sua ideologia em detrimento da economia.

Em contrapartida, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reprovou os ataques de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando o tarifaço como uma chantagem política movida por interesses internos dos EUA e relacionada ao julgamento de Bolsonaro no STF.

Apesar das críticas iniciais, Tarcísio moderou seu discurso nos dias seguintes, reconhecendo a gravidade da situação e defendendo uma cooperação entre os governos estadual e federal. Ele chegou a elogiar a atuação diplomática do governo Lula e a necessidade de esforços conjuntos para conter os prejuízos às exportações.

A reunião desta terça representa o segundo encontro entre Tarcísio e Gabriel Escobar para tratar do tema. O primeiro aconteceu na última sexta-feira (11), em Brasília.