Intensificação de operações em Rafah agrava conflitos em Gaza
Civis em risco após anúncio de operação militar em Rafah
Por Plox
17/05/2024 13h02 - Atualizado há 6 meses
Israel e Hamas estão travando combates intensos no norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (17). A escalada ocorre um dia após o governo israelense anunciar a intensificação das operações em Rafah, no sul do território, levantando preocupações internacionais sobre a situação dos civis.
Após sete meses de conflito, as forças israelenses e o Hamas se enfrentam no campo de refugiados de Jabalya, no norte da Faixa de Gaza, alvo de bombardeios aéreos e disparos de artilharia, conforme relataram testemunhas. A Defesa Civil palestina informou a morte de seis pessoas, enquanto suas equipes tentam resgatar moradores presos nos escombros.
Pressão internacional sobre Israel
No extremo sul do território, em Rafah, as brigadas Ezedin al Qasam, braço armado do Hamas, afirmaram ter atacado unidades israelenses no posto de fronteira com o Egito. Testemunhas relataram que a Marinha israelense atacou a costa da cidade, onde centenas de milhares de pessoas deslocadas pelo conflito estão aglomeradas. Bombardeios noturnos deixaram vários feridos, segundo um hospital local.
Treze países, incluindo Reino Unido, Alemanha, França, Canadá e Japão, pediram a Israel que evite uma ofensiva em larga escala em Rafah, alertando que isso "teria consequências catastróficas para a população civil". Em comunicado, apelaram para que Israel permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por todos os pontos de fronteira, incluindo Rafah.
Operação militar em Rafah será "decisiva"
O Ministério da Defesa de Israel anunciou na quinta-feira que "mais tropas entrarão em Rafah" e que a "atividade militar será mais intensa". O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a "batalha de Rafah" será "decisiva", alegando que os últimos batalhões do Hamas estão na cidade.
Desde o início do conflito em 7 de outubro, com um ataque do Hamas no sul de Israel que matou mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, a resposta israelense já resultou na morte de mais de 35.303 pessoas, majoritariamente civis, conforme o Ministério da Saúde do Hamas.
Apelo por ajuda humanitária
Desde 6 de maio, quando o Exército israelense ordenou aos civis que deixassem a zona leste de Rafah, cerca de 600.000 pessoas fugiram da cidade, segundo a ONU. Apesar disso, a passagem de fronteira de Rafah permanece fechada desde o início da operação israelense, dificultando a entrada de suprimentos essenciais.
O Exército de Israel informou que 365 caminhões de ajuda humanitária conseguiram entrar no território através das passagens de fronteira de Kerem Shalom e Erez. Em um esforço para contornar as restrições de acesso por terra, os Estados Unidos instalaram um cais temporário na costa de Gaza, recebendo seu primeiro carregamento de ajuda humanitária nesta sexta-feira. O governo americano espera que quase 500 toneladas de ajuda entrem no território nos próximos dias.