Polishop solicita recuperação judicial e revela R$ 352 milhões em dívidas
Empresa enfrenta despejo iminente em 17 de suas 58 lojas físicas
Por Plox
18/05/2024 10h20 - Atualizado há 6 meses
A rede varejista Polishop, conhecida por seu modelo híbrido de vendas online e físicas, entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo, declarando possuir dívidas no valor de R$ 352 milhões. A empresa, que já teve 280 lojas físicas, atualmente opera com 58 pontos de venda e enfrenta o risco de despejo em 17 deles.
Plano de recuperação e redução de lojas
Se o pedido de recuperação judicial for aceito, a Polishop terá um prazo de 60 dias para apresentar um plano detalhado de como pretende quitar suas dívidas com funcionários, fornecedores e instituições financeiras. No passado, a empresa já enfrentava dificuldades financeiras devido à concorrência no setor de e-commerce e o impacto da pandemia de Covid-19, que agravou sua situação.
Em 2023, a Polishop registrou um prejuízo de R$ 155 milhões, refletindo uma queda significativa em suas receitas, que já chegaram a R$ 1,2 bilhão anuais. Desde 2021, a empresa vem implementando um plano de reorganização que inclui a redução de lojas próprias e a expansão das franquias.
Histórico e dificuldades recentes
Fundada em 1995 por João Appolinário, a Polishop iniciou suas operações com vendas por televendas e infocomerciais na televisão. Em 2000, a empresa expandiu para o e-commerce e, em 2003, abriu sua primeira loja física. A partir de então, o crescimento foi rápido, alcançando 45 lojas em apenas dois anos. A criação de um canal de TV próprio também impulsionou as vendas nas lojas físicas.
No entanto, a empresa passou a enfrentar dificuldades financeiras significativas nos últimos anos, exacerbadas pelo fechamento do comércio durante a pandemia e pela alta dos juros, que encareceu o crédito. Antes de buscar a recuperação judicial, a Polishop tentou negociar com credores, mas sem sucesso.
Futuro incerto e tentativa de recuperação
Em abril, a empresa conseguiu antecipar os efeitos do processo de recuperação judicial, barrando o vencimento de dívidas e execuções que poderiam levar à liquidação de seus ativos. Desde então, fechou dez lojas e demitiu cerca de 100 funcionários, mantendo atualmente 500 empregados.
No pedido enviado à Justiça, os advogados da Polishop argumentam que a recuperação judicial é a única alternativa viável para superar a crise econômica e financeira. Eles pedem a exclusão de outros negócios de Appolinário, como a venda de franquias e garantia estendida de produtos, dos trâmites da recuperação judicial.