O número de crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil voltou a crescer em 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19).

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De acordo com o levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, são 1,65 milhão de jovens nessa faixa etária envolvidos em algum tipo de trabalho infantil no país. Esse número representa 4,3% da população de 5 a 17 anos e corresponde a um acréscimo de 34 mil pessoas em comparação ao ano anterior, quando o percentual era de 4,2%, o menor já registrado.

O estudo indica que, do total identificado, 1,195 milhão estavam envolvidos em atividades econômicas, enquanto outros 455 mil produziam exclusivamente para consumo próprio. Os dados foram coletados a partir do módulo experimental sobre Trabalho de Crianças e Adolescentes da PNAD Contínua.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define o trabalho infantil como aquele que compromete o desenvolvimento físico, mental, social ou moral da criança, sendo perigoso e prejudicial, além de interferir diretamente na escolarização. Para essa classificação, também são consideradas a faixa etária, o tipo de atividade, o número de horas trabalhadas, a informalidade das funções exercidas e a frequência escolar.

Nos últimos anos, os números indicavam uma tendência de queda. No entanto, com o crescimento registrado em 2024, surgem dúvidas sobre uma possível reversão dessa tendência. Para Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa, ainda é cedo para conclusões definitivas.

“Essa oscilação positiva de 0,1 ponto percentual em relação a 2023 pode até indicar certa estabilidade. Para saber se há reversão na tendência de queda ou apenas estabilização, será necessário aguardar os dados do próximo ano. De toda forma, entre 2016 e 2024, houve uma queda significativa no número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil”, explicou.