Estadão critica Lula por discurso sobre combustíveis e intervenção na Petrobras

Jornal aponta tentativa de desviar responsabilidade pela alta dos preços

Por Plox

20/02/2025 21h26 - Atualizado há 3 meses

O jornal O Estado de S. Paulo fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um artigo de opinião publicado nesta quinta-feira (20). No texto, o veículo acusa o petista de tentar "forjar culpados" para a alta dos combustíveis no Brasil e classifica seu discurso como "constrangedor".

A reação do Estadão ocorreu após uma declaração de Lula durante o lançamento da licitação para a compra de novos navios para a Transpetro, subsidiária da Petrobras, realizado na última segunda-feira (17), em Angra dos Reis (RJ). Na ocasião, o presidente afirmou que intermediários seriam os responsáveis pelos altos preços dos combustíveis no país.

Críticas à posição de Lula

No artigo, o jornal ironiza a fala do presidente ao chamá-lo de "frentista" e afirma que sua declaração tem o objetivo de transferir a responsabilidade da escalada de preços para outros agentes, quando, na verdade, o próprio governo seria o principal fator para o aumento.

– O presidente Lula da Silva defendeu que a Petrobras venda combustível diretamente aos consumidores, sem a intermediação de distribuidoras e redes de postos. Trata-se de um diversionismo mequetrefe, com o objetivo de forjar culpados para uma escalada de preços da qual seu governo é o principal agente. Beira a leviandade dizer que “o povo, no fundo, é assaltado pelo intermediário” e precisa “saber quem xingar” quando o preço sobe, já que o governo, segundo o petista, é quem leva a fama – escreveu o Estadão.

O veículo também relaciona o discurso de Lula a um modelo econômico estatista que, segundo o jornal, teria contribuído para a crise financeira da Petrobras no passado.

Referência à gestão de Dilma Rousseff

O texto ainda cita medidas adotadas na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), apontando que intervenções diretas no mercado de combustíveis já foram testadas anteriormente sem sucesso. O artigo lembra que, no passado, o governo controlou os preços da gasolina e do diesel diretamente nas refinarias, prática que teria prejudicado financeiramente a estatal.

– O presidente propõe que a Petrobras abasteça diretamente grandes consumidores, sem intermediários. Para prestar esse serviço, a empresa precisa de autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o que inclusive é feito para produtos em desenvolvimento, mas não será isso que irá baratear o preço dos combustíveis. A Petrobras já teve sua própria distribuidora, a BR, atual Vibra, e nem por isso regulava os preços na revenda. Houve época em que o governo interferiu diretamente no mercado, segurando preços de gasolina e diesel, mas isso se deu nas próprias refinarias, como o congelamento irregular realizado na gestão de Dilma Rousseff, que resultou num desastre financeiro para a Petrobras – escreveu o jornal.

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