Inflação dispara: IPCA-15 tem maior alta para fevereiro desde 2016
Energia elétrica e tarifas de água e esgoto foram os principais responsáveis pelo aumento de 1,23% no índice.
Por Plox
25/02/2025 14h35 - Atualizado há 3 meses
A prévia da inflação oficial no Brasil voltou a acelerar em fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 1,23% no mês, marcando a maior alta para fevereiro desde 2016. O dado foi divulgado nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação em fevereiro foi puxada, principalmente, pelo aumento nos custos de Habitação, com destaque para a energia elétrica residencial, que subiu 16,33%, e para as taxas de água e esgoto, que tiveram um reajuste médio de 0,52%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 já registra alta de 4,96%, superando os 4,50% registrados no período anterior e permanecendo acima da meta do Banco Central, que é de 3%.
O impacto dos reajustes na conta de luz foi significativo. Em janeiro, as tarifas haviam sofrido uma redução de 15,46% devido ao bônus de Itaipu, que foi revertido em fevereiro, resultando na disparada dos preços. Esse movimento sozinho contribuiu com 0,54 ponto percentual para o índice do mês.
Além da Habitação, o setor de Educação também teve um forte avanço, com alta de 4,78%, refletindo os reajustes das mensalidades escolares. O maior impacto foi sentido no ensino fundamental, que subiu 7,50%, seguido pelo ensino médio, com 7,26%, e pelo ensino superior, que teve alta de 4,08%.
O setor de Alimentação e bebidas também apresentou aumento, mas com uma leve desaceleração em relação a janeiro. Os preços subiram 0,61% no mês, com destaque para a cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%). Em contrapartida, alimentos como batata inglesa (-8,17%), arroz (-1,49%) e frutas (-1,18%) registraram queda nos preços.
No grupo dos Transportes, o aumento médio foi de 0,44%, impulsionado pelos combustíveis, que subiram 1,88%. O etanol teve a maior alta (3,22%), seguido pelo óleo diesel (2,42%) e pela gasolina (1,71%). Apenas o gás veicular registrou queda (-0,41%).
Apesar da forte alta do IPCA-15, o resultado ficou um pouco abaixo das projeções do mercado financeiro, que esperava um aumento de 1,34% para o mês. O cenário econômico segue pressionado pela inflação persistente em diversos setores, o que pode influenciar as próximas decisões do Banco Central sobre a taxa de juros.