Governo Trump critica Brasil por bloqueio de plataforma digital
Órgãos dos EUA fazem alusão indireta à decisão de Alexandre de Moraes que determinou bloqueio da Rumble. Empresa processa ministro do STF nos EUA, alegando violação da Primeira Emenda.
Por Plox
26/02/2025 20h02 - Atualizado há 3 meses
Um órgão vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos fez uma crítica velada ao bloqueio de redes sociais americanas no Brasil, decisão atribuída ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Embora a publicação oficial não cite diretamente o caso, há uma referência implícita à determinação que resultou na suspensão da plataforma Rumble no país.

A Embaixada dos EUA no Brasil reforçou a mensagem ao republicá-la em sua conta na rede social X, em português. Esta é a primeira vez que um órgão oficial do governo americano se manifesta sobre o assunto.
O bloqueio da Rumble foi ordenado por Moraes na sexta-feira (21), sob a alegação de que a plataforma descumpriu reiteradamente decisões judiciais e criou um ambiente de impunidade nas redes sociais do país. Antes da sanção, o ministro havia solicitado que a empresa indicasse um representante legal no Brasil.
Diante da repercussão, o Ministério das Relações Exteriores, sob comando de Mauro Vieira, discute internamente a possibilidade de uma resposta formal ao governo dos EUA.
Fundada em 2013, a Rumble é uma plataforma de vídeos semelhante ao YouTube, com popularidade entre conservadores nos Estados Unidos. A empresa afirma defender a liberdade de expressão na internet e já esteve envolvida em diversas controvérsias.
Em meio ao impasse judicial, a Rumble acionou a Justiça americana contra Alexandre de Moraes, em parceria com o grupo Trump Media & Technology Group, do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. O processo acusa o ministro do STF de censura e pede que suas ordens contra a empresa no Brasil não tenham efeito nos Estados Unidos.
No entanto, a Justiça americana rejeitou, em caráter liminar, o pedido da plataforma, alegando falhas na documentação e questões de jurisdição que precisam ser avaliadas antes de um parecer definitivo.
A ação movida pela Rumble e pelo grupo de Trump destaca que a sanção de Moraes teria sido motivada pelo bloqueio de diversos usuários, incluindo um nome de grande notoriedade. Segundo o jornal "Folha de S. Paulo", trata-se do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e residente nos Estados Unidos. Considerado foragido pelo STF, Allan teve sua prisão decretada por Moraes.