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PF cumpre mandados por investigação sobre diamante de 647 quilates em Minas

Empresa mineradora rebate suspeitas e afirma que encontrou a gema de forma lícita

30/09/2025 às 14:33 por Redação Plox

Há indícios de desvio ligados ao segundo maior diamante já encontrado no Brasil — uma pedra com impressionantes 647 quilates. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na quinta‑feira, dia 25 de setembro, em residências localizadas em Coromandel e Nova Ponte, municípios do Alto Paranaíba (MG).

Imagem Foto:  Diadel Mineração/Divulgação


A Diadel Mineração Ltda. se pronunciou pela primeira vez nesta investigação, contestando as suspeitas de que a gema teria sido furtada ou desviada. A empresa afirma que extraiu o diamante no leito do Rio Douradinho, em Coromandel, e nega qualquer vínculo com a Carbono Mineração, que exploraria área em Araguari, no Triângulo Mineiro.


A apuração tenta determinar se o diamante teve origem no Rio Araguari, propriedade da Carbono Mineração, e foi posteriormente transferido para a Diadel com o intuito de legalizar sua origem.


Fontes revelaram ao Estado de Minas que um dos alvos em Coromandel é um indivíduo atuante no comércio de pedras preciosas, tido como suposto intermediário no processo de desvio. Já em Nova Ponte, foram vistoriados domicílios de garimpeiros da região que atuam no entorno dos rios da mineração de diamantes.


Em uma nota divulgada por Carlos César Manhas, sócio e administrador da Diadel, a empresa rechaça as acusações:
“É absolutamente inverídica e infundada qualquer alegação de que o diamante teria sido furtado de outro local e posteriormente levado à mineradora para ser ‘legalizado’”

. Segundo a nota, representantes da Agência Nacional de Mineração (ANM), acompanhados por especialistas, teriam estado presentes no local da descoberta, inclusive na frente da lavra, para atestar oficialmente a extração.

Apesar desse relato, a ANM não confirmou presença de seus funcionários na data indicada — o último registro oficial de fiscalização da agência na Diadel data de 12 de maio, conforme termo da Guia de Recolhimento da União.


O diamante foi apreendido em 27 de agosto por agentes da PF e da ANM, justamente quando seria lacrado para exportação sob o Certificado do Processo Kimberley (CPK). Um mês antes, em 29 de julho, o delegado Rodrigo Paschoal Fernandes solicitou à ANM acesso a documentos do processo CPK, como nota fiscal de exportação e invoice da venda, que podem revelar indícios de irregularidades.


A mineradora recebeu prazo de 60 dias para fornecer documentos adicionais — entre eles, os registros de pesagem da gema. Dados da pesagem são considerados cruciais, pois os metadados das fotografias podem comprovar a hora, data e local da medição.


Diversas imagens do diamante estão circulando nas redes sociais — muitas exibindo o comerciante conhecido como Wado Borges com a pedra em situações como dentro de avião ou em mesas de negociação. Segundo relatos no mercado, representantes de comprador belga teriam negociado a gema com Wado nos dias em que ela seria lacrada para exportação.


O fato de a negociação ter ocorrido sem leilão público, associado a estimativas de preço entre R$ 16 e 18 milhões — bem abaixo do valor de mercado estimado de até R$ 50 milhões por especialistas — alimenta suspeitas de ação rápida para evitar questionamentos sobre a origem da pedra.


A linha principal de investigação considera se o diamante teria sido furtado em Araguari e deslocado até Coromandel para legitimação na Diadel. Ainda não se sabe se Wado é apenas comprador ou teria participado da transação de origem.


A reportagem tentou contato com empresas ligadas a Wado Borges, mas não obteve respostas.


A Diadel Mineração foi fundada em 2004 e, desde 2024, tem Carlos César Manhas como sócio‑administrador. Ele já foi alvo da PF em 2002 por suposto tráfico de diamantes, quando foi detido com gemas vindas da Terra Indígena Roosevelt — operação que culminou em sua condenação por receptação.


À instituição, a PF declarou que não comenta investigações em curso. A ANM, por sua vez, afirmou que os processos do Certificado Kimberley têm caráter sigiloso e que segue normas regulatórias, destacando que pode adotar medidas acautelatórias se necessário — sempre respeitando os princípios da administração pública.


“A ANM reitera seu compromisso com a transparência dentro dos limites legais” declarou a agência.


NOTA DA DIADEL


“A Diadel Mineração Ltda. tem acompanhado as matérias e opiniões divulgadas … e repudia veementemente as especulações sobre a origem e a legalidade da pedra. … Enfatizamos que a extração da gema ocorreu em nossa área, com licenças válidas e procedimento transparente. … Colocamo‑nos à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos.”

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