O ataque aéreo realizado por Israel atingiu a capital do Iêmen, Sana, e matou o primeiro-ministro do governo Houthi e outros ministros, segundo informou a agência oficial do grupo neste sábado (30). O ataque, que ocorreu na quinta-feira (28), também deixou feridos, conforme comunicado do chefe do Conselho Político Supremo dos Houthis, Mahdi al-Mashat.

Operação mira alta cúpula Houthi

De acordo com autoridades israelenses, a ofensiva teve como alvo altos funcionários alinhados ao Irã, incluindo o chefe do Estado-Maior, o ministro da Defesa e integrantes do alto escalão. Israel afirmou que ainda apura os resultados da ação.

O comunicado oficial dos Houthis não especificou se o ministro da Defesa está entre as vítimas confirmadas.

Segundo fontes israelenses, o bombardeio ocorreu durante uma reunião de líderes Houthis que assistiam a um discurso televisivo do líder Abdul Malik al-Houthi, em vários pontos próximos a Sana.

Primeiro-ministro ocupava cargo simbólico

Ahmad Ghaleb al-Rahwi exerceu o cargo de primeiro-ministro por cerca de um ano, mas era apontado como uma figura sobretudo simbólica, sem voz ativa no núcleo de comando do movimento. Com sua morte, o vice Mohamed Moftah foi nomeado oficialmente para a chefia do governo neste sábado.

Rahwi ocupava um cargo de prestígio, mas sem influência real nas decisões da liderança Houthi. – Analista de Oriente Médio

Confronto regional e repercussão internacional

Os Houthis, apoiados pelo Irã, têm realizado ataques a embarcações no Mar Vermelho desde o início da guerra em Gaza, em apoio aos palestinos. O grupo também lançou mísseis contra Israel — a maioria foi interceptada. Como resposta, forças israelenses intensificaram ataques a áreas dominadas pelos Houthis no Iêmen, incluindo o estratégico porto de Hodeidah.

O exército israelense descreveu a ação contra Sana como uma “operação complexa”, baseada em inteligência detalhada e na superioridade aérea da força militar.

Esta operação demonstra nossa capacidade de obter informações precisas e agir rapidamente quando necessário. – Porta-voz das Forças Armadas de Israel

ONU pede investigação e justiça

A repercussão internacional se intensificou após a morte de jornalistas em ataques a hospitais realizados por Israel no Iêmen. A Organização das Nações Unidas exigiu uma investigação independente e justiça para as vítimas civis desses bombardeios.