Entre as alternativas naturais que promovem tranquilidade e bem-estar, a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) conquista espaço graças às propriedades calmantes já consagradas. O chá extraído dessa planta é conhecido por contribuir para aliviar sintomas leves de ansiedade, estresse e distúrbios do sono, tornando-se um recurso a mais para quem enfrenta as pressões do dia a dia.

Como a erva-de-são-joão age no organismo?

O segredo dos efeitos positivos da erva-de-são-joão está em compostos como a hipericina e a hiperforina. Essas substâncias atuam diretamente sobre neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, essenciais para o equilíbrio emocional, a sensação de bem-estar e o controle do estresse. Especialistas destacam que a infusão deve complementar, e não substituir, tratamentos convencionais para transtornos de humor.

Muito além da calma: mais benefícios do chá

O relaxamento pode estar ao alcance de uma xícara. Além de suavizar o estresse, o chá tem potente ação antioxidante e anti-inflamatória, protegendo o organismo dos danos do estresse oxidativo. Entre os efeitos positivos, destaca-se também a regulação do sono, auxílio à digestão e fortalecimento das defesas naturais.

"Por ter efeito relaxante e levemente digestivo, o chá auxilia no descanso noturno e na digestão. Indiretamente, ao reduzir o estresse, também favorece a imunidade, já que o equilíbrio emocional tem impacto direto sobre o sistema imune." -afirma Natashe Nassif, nutricionista que atende em São Paulo.

Preparo correto e uso consciente

Para tirar pleno proveito dos ativos da erva-de-são-joão, recomenda-se usar de uma a duas gramas da planta seca (aproximadamente uma colher de chá) para cada 200 ml de água quente, sem deixar a erva ferver. Com a infusão tampada por cinco a dez minutos, o chá ficará no ponto. A sugestão é consumir, no máximo, três xícaras diárias.

Em excesso, o consumo pode provocar desconfortos gastrointestinais e aumentar a sensibilidade à luz, devido à maior fotossensibilidade da pele.

A importância da avaliação médica

Mesmo sendo reconhecida aliada, a erva-de-são-joão exige cuidado: pode interferir na ação de medicamentos, especialmente de uso contínuo, como anticoncepcionais, antidepressivos, anticoagulantes, imunossupressores e antivirais.

"Gestantes sempre têm que evitar, as mulheres que estão amamentando, crianças, pessoas com transtornos psiquiátricos graves, ou pessoas que estão fazendo tratamento medicamentoso de uso contínuo com antidepressivo e anticoncepcional, por exemplo" - orienta Esthela Oliveira, nutróloga e médica do esporte no Hospital Israelita Albert Einstein.

Apesar de reunir benefícios para relaxamento, digestão e imunidade, a erva não substitui hábitos saudáveis nem análise médica.