Lula cogita indicar Rogério Favreto ao STF após aposentadoria de Barroso

Em encontros reservados, o presidente Lula manifestou a pelo menos dois aliados próximos o desejo de ver o desembargador federal Rogério Favreto, do TRF da 4ª Região, como novo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo apuração, essas conversas ocorreram nos últimos meses.

Favreto já esteve no centro de decisões envolvendo Lula

O desembargador Rogério Favreto ganhou destaque nacional ao conceder um habeas corpus que quase resultou na soltura de Lula em julho de 2018, enquanto o então ex-presidente estava preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. A decisão, dada em regime de plantão, foi revertida horas depois pelo relator do caso, o desembargador Gebran Neto.

Descontentamento com ausência em lista tríplice do STJ

Pessoas próximas ao presidente relatam que Lula demonstrou insatisfação quando Favreto não apareceu na lista tríplice do Superior Tribunal de Justiça (STJ) neste ano. O presidente teria afirmado em resposta que poderia indicar Favreto ao STF, avaliando a proximidade e afinidade já conhecidas entre ambos.

Perfil dos nomeados no atual mandato

A escolha de Favreto seria consistente com o padrão adotado por Lula neste terceiro mandato: prioridade para pessoas de relação próxima, confiança e alinhamento ideológico.

Vaga inesperada no STF movimenta bastidores

A aposentadoria antecipada do ministro Luiz Roberto Barroso do STF surpreendeu integrantes do governo, pois o previsto era que Barroso se mantivesse no cargo até a idade compulsória, aos 75 anos, o que só ocorreria daqui a quase oito anos. Apesar de alguns sinais anteriores, o anúncio pegou até colegas de corte de surpresa.

Favoritismo de Jorge Messias e pressão por nome feminino

No entorno de Lula, o nome considerado favorito é o do ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias. Ele é tido como escolha de confiança e preferido pelo PT, em linha semelhante às indicações recentes de Cristiano Zanin e Flávio Dino, ambos com fortes ligações ao presidente.

No entanto, entidades jurídicas pressionam por mais representatividade feminina na corte. Em declaração à imprensa nesta quinta-feira, Barroso lembrou que há mulheres altamente qualificadas para ocupar o cargo.