Paciente operada na perna errada receberá R$ 30 mil de indenização

Uma paciente que buscava tratamento para uma fratura no fêmur direito acabou sendo submetida a uma cirurgia no membro saudável, a perna esquerda, em um hospital localizado no estado de Mato Grosso.

Foto: Pixabay

A gravidade do erro levou a 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) a reconhecer a falha como uma clara violação à integridade física e psíquica da mulher, determinando que o hospital pague uma indenização de R$ 30 mil.

O prontuário médico, que desde o início indicava a necessidade da cirurgia na perna direita, foi peça-chave no processo. Fotografias tiradas durante a internação também ajudaram a comprovar o erro, mostrando cicatrizes em ambas as pernas da paciente.

A desembargadora Serly Marcondes Alves, relatora do caso, destacou em sua decisão que a inserção de pinos metálicos em um membro sadio configura um grave desrespeito à integridade da paciente. O procedimento cirúrgico correto só foi realizado três dias após o equívoco inicial.

Inicialmente, a indenização fixada era de R$ 5 mil. Contudo, os desembargadores consideraram o valor insuficiente diante da gravidade do caso e decidiram aumentá-lo para R$ 30 mil.

A tentativa do hospital de anular a decisão foi rejeitada por unanimidade. A instituição alegava cerceamento de defesa, mas o tribunal considerou que os documentos e imagens apresentados já eram suficientes para comprovar o erro médico, não sendo necessárias novas provas orais.

A decisão reforça a importância de protocolos rigorosos e do dever de cuidado por parte das unidades de saúde, sobretudo em procedimentos que envolvem riscos e exigem precisão absoluta.